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terça-feira, 5 de março de 2013

“Acho que ela é uma de nós.”


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Estudos comprovam que quando assistimos algo, uma parte de nosso cérebro interpreta como se nós mesmos estivéssemos vivendo aquela realidade. Por essa razão, muitos assumem o humor dos personagens de livros, filmes e séries. Vibram e choram com suas vitórias ou fracassos. Constantemente me pego tentando solucionar os conflitos emocionais do Rick, ou mesmo do Governador. The Walking Dead tem sido intenso o bastante para me transportar para sua realidade turbulenta. O conjunto da obra tornou o episódio “Clear” espetacular; talvez o melhor de toda a temporada, pois foi cheio de ação, diálogos bem elaborados e muito realismo em meio a um cenário tão “irreal”.

Esse é definitivamente o momento em que engulo meu orgulho e admito: Até que a Michonne não é tão ruim, não é mesmo?
Não fazíamos ideia sobre o que se passava em sua mente, já que suas expressões não ajudavam em nada. Porém, um só episódio bastou para que destrinchássemos grande parte da personagem. Achei que a temporada fosse terminar antes disso.

Muitas vezes a vimos criar tumulto diante do “sereno” governador, enquanto abaixava a cabeça sempre que o Rick a ameaçava com uma arma. Isso não devia fazer sentido, mas tive a minha teoria confirmada sobre a identificação entre ela e o líder do “Team Prison”. Perceptiva ao extremo, a Michonne reconhece o inimigo só de respirar o mesmo ar que ele. E ao enxergar um pouco de sua desconfiança no Rick, ela simplesmente o compreendeu. Quem não sentiu pena daquele homem desesperado na estrada? Quem não imaginou o quão cansado e cheio de problemas ele estava? O Rick poderia tê-lo ajudado, mas talvez fosse esse mesmo sujeito, o responsável por alguma tragédia futura. De qualquer maneira, arriscar não é mais uma opção. Esse é mais um dos jogos de tortura psicológica e sensação de culpa cotidiana na qual os personagens já estão acostumados.

Em Clear tivemos uma visão um tanto ampla sobre a loucura. Até mesmo a Michonne confessou sobre ainda conversar com seu namorado morto. Rick me pareceu bem menos psicótico após tal revelação, e principalmente após a aparição do atormentado Morgan, que vivia em meio a engenhosas armadilhas, muitas armas e frases desconexas nas paredes.
Não há mais espaço no mundo para despreocupação. O ambiente caótico acaba criando sobreviventes com traumas e alucinações semelhantes. As pessoas vivem suas realidades heterogêneas, mas sem querer as fazem homogêneas. E com o tempo… Nada melhora! Não acredito que veremos o Morgan novamente na série. O peso da culpa pela morte de Duane caiu sob sua cabeça de uma forma definitiva.



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